quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Carta aberta a Roberta Medina: Tudo o que eu quero para o Rock In Rio 2018 são os Tears For Fears

Um desejo especial para a produtora do Rock in Rio Lisboa

Querida Roberta. E aí? Tudo bom? Tudo na maior energia? Legal. Desculpa lá mas não me posso alongar nos coloquialismos do português brasileiro, que tudo o que sei aprendi-o na "Pedra Sobre Pedra" ("Hilda, minha filha!") e já lá vão 25 anos. Vamos lá então falar do teu (e nosso) Rock In Rio.

Antes de mais, parabéns pelo sucesso retumbante do Rock In Rio deste ano na sua cidade natal. Aquele cartaz do segundo fim-de-semana foi absolutamente insano. Imagino que tenha custado para cima de um dinheirão, mas conseguiu fazer justiça ao prestígio histórico do festival e, quanto muito, só ficou atrás das duas edições originais. Não te vou mentir, como é óbvio adorava ver aquele alinhamento no Rock In Rio Lisboa 2018, mas sei que é difícil. Sei que o nosso país é um mercado mais pequeno, por muito que eu desejasse ver Guns N' Roses e The Who na mesma noite. Por isso só tenho um pedido para a edição do próximo ano — os Tears For Fears.

A imprensa brasileira foi praticamente unânime: os Tears For Fears foram a grande revelação do Rock In Rio deste ano. O concerto foi um sucesso estrondoso, de tal forma que o Curt Smith até anuiu em alterar o nome da banda para a sua alcunha brasileira de "Tias Fofinhas". De todas as críticas do concerto na imprensa, tenho que destacar a certeira e deliciosa descrição de Sílvio Essinger n'O Globo:
"No pop, releva-se de tudo por causa do saudosismo: o mau estado das vozes, a barriga de chope do cantor, os péssimos novos arranjos, a falta daqueles cabelos... No caso dos ingleses Tears For Fears, nenhuma condescendência foi necessária. Banda com um caminhão de hits (todos eles, canções sofisticadas) e ainda em ótima forma vocal e instrumental, ela fez um show no Rock in Rio que foi como uma lufada de ar fresco para a noite de um dia ruim no Rio de Janeiro. Sem qualquer super aparato visual ou recursos bombásticos, Roland Orzabal e Curt Smith deitaram e rolaram em seu império de clássicos das rádios FM."
É imensamente gratificante ver que os Tears For Fears começam a ser finalmente reconhecidos como a banda superlativa e sofisticada que são e não como uns meros two-hit wonders. Já não era sem tempo. Era uma tremenda injustiça vê-los no mesmo saco de uns Culture Club, quando os TFF têm muito mais de Bowie e Byrne do que de Boy George. Sempre foi um cavalo de batalha para mim e uma luta que eu trouxe à NiT há um ano, naquele que se tornou — de muito longe — o post mais visto de sempre do meu blog.

À custa desta injusta percepção, os Tears For Fears não tocam na Europa com regularidade há mais de 10 anos. É o próprio Curt que admite que se eles não vêem ao velho continente mais vezes, é porque não lhes pagam para isso. Não terem um álbum novo desde 2005 também não ajuda, mas pela nova imagem do site da banda, isso parece estar prestes a mudar. É por isso que tu, Roberta, és a única pessoa que pode ajudar os fãs dos Tears For Fears que estão por todo o lado neste lado do Atlântico e a pouco e pouco começam a sair da toca.Como ajudaste o Marcos no Brasil, que estava assim poucos minutos antes do início do concerto dos TFF:




Enquanto escrevo isto, os Tears For Fears anunciam uma aparição especial no Royal Albert Hall, num concerto único (olha a surpresa) em Outubro deste ano.
Tendo em conta a raridade das suas aparições na Europa, o concerto dos Tears For Fears no Rock In Rio Lisboa seria um evento de interesse para gente de muitos outros países. Seria um concerto histórico e o cumprimento do sonho de milhares de fãs espalhados por toda a Europa. Sei bem do que falo porque sou um deles. Vá lá, Roberta. Chuta, que a bola é tua.

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