sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

"The Slow Rush": O longo bocejo dos Tame Impala



Kevin Parker disse recentemente que terminar um álbum era o seu maior martírio. Ao ouvir “The Slow Rush”, percebe-se porquê. Deve ser aborrecido ter que mascarar a falta de ideias com camadas e camadas de pós-produção. Longe vão os tempos em que os Tame Impala apresentavam uma sonoridade entusiasmante e acima de tudo, ideias.

Em "The Slow Rush", tudo parece ter saído da mesma fórmula: pôr um beat, enfeitar a faixa com uma barragem de efeitos sonoros e distorções canalizadas pelos seus sintetizadores. Melodias? É preciso uma lupa para encontrar uma fundação que agarre as canções.

Quando Kevin Parker mudou o rumo dos Tame Impala em "Currents" (2015) para uma sonoridade mais orientada para a dança, percebeu-se que isso se deu a uma explosão criativa e ao esgotamento da fonte de onde vieram "Innerspeaker" e "Lonerism" (ainda a obra-prima de Kevin Parker). Kevin queria os beats e apareceu munido de pérolas Pop como "The Less I Know The Better", "Cause I’m A Man", ou até a amálgama de ideias que resultou no épico "Let It Happen". Isto? Isto não é nada. A não ser um grande bocejo de falta de ideias. Se eu quiser ouvir beats aborrecidos que não vão a lado nenhum, ponho na Orbital.

As coisas melhoram um bocadinho lá para o fim. Salvam-se "Tomorrow’s Dust", "Lost In Yesterday" e "Is It True", como temas que poderiam constituir um "Currents Parte 2". Mas só isso. E a crua verdade é esta: os melhores momentos de "The Slow Rush" são memórias de highlights de álbuns anteriores. Não há nada de novo para ouvir aqui. O álbum lida com os desafios do tempo; mas 5 anos não chegaram para Kevin Parker criar algo de novo, ou sequer interessante.

Formulaico e aborrecido. Suponho que os fãs hardcore dos Tame Impala possam tirar alguma satisfação disto, só pelo prazer de voltar a ouvir música de Kevin Parker. Não vão é ouvir grande coisa. Consta que Kevin Parker perdeu os seus instrumentos no incêndio de Malibu em 2018. Ao ouvir “The Slow Rush”, parece que queimou as ideias também.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Hooks — As 10 melhores linhas de baixo de Peter Hook

"I'm one of the few people who lives what's called a Low-Life"



Um dos meus heróis faz hoje 64 anos. Peter Hook foi o baixista dos Joy Division e dos New Order, mas o seu papel era muito mais do que ser simplesmente "o baixista". Era dele que vinham as linhas de baixo sobre as quais foram construídos muitos dos temas que todos conhecemos e amamos dos JD e dos NO. "Love Will Tear Us Apart"? Começou com um riff do Hooky. "Transmission"? Idem. "Ceremony"? Mais um hook do Hooky. 

A juntar a tudo isto, Peter Hook foi o gajo mais cool dos anos 80. E sim, estou a contar com esses todos. Um badass que fez o baixo parecer um ceptro. No dia do seu aniversário, recordemos então as 10 melhores linhas de baixo do Peter Hook. 10 hooks do Hooky.

10. New Order — "Blue Monday" (12" single, 1983)

https://www.youtube.com/watch?v=LQaehcfXvK0

Ao contrário da maioria dos temas desta lista, o "Blue Monday" não foi construído à volta da linha de baixo do Hooky, mas vale uma entrada porque aquela linha do "don-don-don-don-don-don-don-don-don-don-don" (são onze, eu contei) é uma das mais icónicas e mais instantaneamente reconhecíveis linhas de baixo de sempre.

9. Joy Division — "Shadowplay" ("Unknown Pleasures", 1979)

https://www.youtube.com/watch?v=yPt3-lB5Lsc

"Shadowplay" é o exemplo perfeito de como as canções nos Joy Division eram construídas à volta do que quer saía do baixo do Hooky. Também como muitos outros temas dos JD, "Shadowplay" começa calmo e apenas com o baixo de Peter Hook e depois cresce e torna-se num monstro maníaco, com a guitarra de Bernard Sumner a rasgar a paisagem apoiada na melodia do baixo. Tema monstruoso.

8. New Order — "Dreams Never End" ("Movement", 1981)

https://www.youtube.com/watch?v=78To_JhbmT0

O primeiro tema do primeiro álbum dos New Order começa com uma linha de baixo do Hooky, a qual segura e conduz todo o tema. Também é um dos poucos temas cantados por Peter Hook, antes da banda se aperceber que a voz do Barney era, obviamente, muito melhor. Principalmente ao vivo, fora da capa do senhor Martin Hannett, como podem constatar pelo vídeo em cima.

7. New Order — "Sunrise" ("Low-Life", 1985)

https://www.youtube.com/watch?v=krDVGJacmmY

Peter Hook perdeu protagonismo na passagem dos New Order para um estilo mais electrónico ao longo dos anos 80. Muito dos temas outrora construídos à volta dos hooks do seu baixo passaram a ser conduzidos por loops saídos das drum machines de Gillian Gilbert. Mas nem todos. A pegada de Hooky continuou pesada e apareceu em temas como "Sunrise", fundado num riff monstro que nos é atirado à cara ao longo de toda a canção. Adoro o álbum "Low-Life". Para mim, é este o pico dos New Order. Logo a seguir viria o Robie com as 8 palavras fatídicas...

6. New Order — "Leave Me Alone" ("Power, Corruption And Lies", 1983)

https://www.youtube.com/watch?v=THdLMFzJjG0

O álbum "Power, Corruption And Lies" tinha tudo para ser a consagração dos New Order. Na ressaca do sucesso de "Blue Monday", a banda estava em ponto de rebuçado para conquista do mundo. Mas em vez de procurar a unanimidade dos hits transversais, como outros dos seus pares da altura (estou a olhar para vocês, Simple Minds), os New Order escavaram ainda mais na sua idiossincrasia sonora. "Leave Me Alone" fecha o álbum e parece que quer deixar esta mesma mensagem subliminar. Fim de festa para os New Order. De volta à cave.

5. New Order — "The Perfect Kiss" (12" single, 1985)

https://www.youtube.com/watch?v=x3XW6NLILqo

Peter Hook é taxativo a identificar o momento do fim dos New Order. Quando a banda de Manchester foi convidada a gravar um tema para banda sonora de Pretty In Pink, a editora pressionou a que o produtor John Robie fosse ao estúdio dar uma ajuda nas sessões de gravação. Foi aí que Robie se saiu com as 8 palavras que — segundo Hooky — acabaram com os New Order: "Bernard, you know you're out of tune, right?". Os New Order não acabaram, mas deixaram de ser aquela força imprevisível de onde tudo era possível. Não é surpresa por isso que o tema mais recente desta lista seja o último a ser gravado antes das sessões produzidas por John Robie.

"The Perfect Kiss" é o melhor exemplo de como Peter Hook tomou partido da ascensão da sonoridade electrónica na música dos New Order. Hooky passou a ter mais liberdade para pintar as canções com linhas de baixo mais eloquentes e imaginativas. Já vimos o caso mais célebre no número 10 desta contagem ("Blue Monday"), mas a melhor linha de baixo de todas desta era foi a de "The Perfect Kiss"; simultaneamente o meu tema favorito dos New Order (na sua versão 12" — importante pormenor) e o vídeo onde Hooky apresenta o estilo que eu certamente adoptaria se tivesse vivido nos anos 80. Só duvido que seria tão cool como o Hooky.

4. New Order — "Age Of Consent" ("Power, Corruption And Lies", 1983)

https://www.youtube.com/watch?v=k_c6Tt__grQ

É o tema favorito de Peter Hook nos New Order e é fácil perceber porquê. Abre o álbum mais sólido da banda às cavalitas de uma das suas melhores linhas de baixo.

3. New Order — "Ceremony" (single, 1982)

https://www.youtube.com/watch?v=ldxQA9W2474

Peter Hook, Bernard Sumner e Stephen Morris gravaram 3 versões diferentes de "Ceremony": a primeira, ainda com Ian Curtis, sob o condado dos Joy Division, o qual foi o último tema da banda; a segunda, só os três, lançada como o primeiro single dos New Order com a capa verde e dourada; e a terceira, já com Gillian Gilbert, também lançada em single. mas com a capa branca e azul-água. A melhor de todas, perdoem-me os puristas, é a última. O riff de Hooky é ligeiramente diferente e a sonoridade dos New Order já lá está.

2. Joy Division — "Love Will Tear Us Apart" (single, 1980)

https://www.youtube.com/watch?v=zuuObGsB0No

Como tantos temas dos Joy Division, "Love Will Tear Us Apart" nasceu de uma linha de baixo de Peter Hook. Ian Curtis pediu-lhe para repetir o riff que tinha acabado de ouvir, pegou na guitarra e o resto é história.

1. Joy Division — "Transmission" (single, 1979)

https://www.youtube.com/watch?v=6dBt3mJtgJc

Uma das grande inovações na sonoridade dos Joy Division nasceu de necessidade. As linhas de baixo proeminentes de Peter Hook surgiram do facto do seu amplificador ser muito mau e essa ser a única forma de ele se ouvir quando tocava ao vivo nos primeiros tempos dos Warsaw e Joy Division. O seu baixo acabaria por tomar conta das melodias dos JD, enquanto que a guitarra de Barney adicionava as texturas.
De acordo com o próprio Hooky, o primeiro tema que a banda tocou num pub e fez a audiência baixar as pints e olhar para o palco foi "Transmission", o arquétipo da canção dos Joy Division construída à volta de um hook de Peter Hook, esfregado na cara do início ao fim da canção. Fenomenal.

A playlist:

Para vossa comodidade, está tudo organizadinho num playlist do Spotify. Não têm de quê.


https://open.spotify.com/playlist/74iTtUcUkRFb9HxPh4D3DW?si=7h2kLxu9QQqhRlGT9mEqDA

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O melhor e o pior de sempre do Rock In Rio Lisboa

Quem foram os Freddie Mercurys e os Adam Lamberts nos 16 anos de Rock In Rio Lisboa

“Se a vida começasse agora e o mundo fosse nosso outra vez”

Há 17 anos, Roberta Medina aterrou em Lisboa com um sonho. O sonho era organizar em Portugal um Rock In Rio, um dos maiores icónicos festivais de música do mundo. Era uma nova vida que começavam para Roberta, que tinha como objectivo conquistar o mundo outra vez. Ela encontrou muitos percalços pelo caminho, mas não restam dúvidas que o sonho do Rock In Rio Lisboa foi concretizado.

Para Portugal, foi uma revolução. Tudo mudou no que a festivais diz respeito. A chegada do Rock In Rio levantou a bitola e obrigou a que a concorrência tivesse que se adaptar para sobreviver. O Rock In Rio provou que era possível trazer para Portugal nomes como Paul McCartney, algo iniminaginável no passado. Até nas pequenas coisas, o festival marcou a diferença. Por exemplo, provou que era possível ter casas de banho dignas num festival de música. Obrigado por tudo, Roberta.

Na antecâmara da décima edição do Rock In Rio Lisboa (nona, se descontarmos a mini-edição do ano passado), vamos fazer um resumo do que a Roberta nos trouxe na últimas duas décadas, começando pelo melhor e deixando o pior para o fim. Vamos também identificar quem é que foram os Freddie Mercurys e os Adam Lamberts de cada edição do Rock In Rio Lisboa. Comecemos então com o crème de la crème.

1. 2004

O grande triunfo de Roberta Medina. A primeira edição continua imbatível. Roberta quis impressionar os portugueses e não teve mãos a medir para conseguir para o "melhor festival do mundo", um cartaz do outro mundo. Começando pelo quase-milagre de ressuscitar uma banda que na altura estava morta — os Guns N’ Roses (que acabaram por cancelar e ser — bem — substituídos pelos Foo Fighters). Houve um histórico dia de Metal que marcou a reconciliação dos Metallica com o público português e foi o primeiro de uma série de concertos anuais na década que se seguiu. O dia Pop teve a sua princesa — Britney Spears; o lendário Peter Gabriel apareceu apareceu dentro de uma bola saltitona.
O corolário chegou no último dia, o qual teve um rodízio que juntou Sting, Alicia Keys, Alejandro Sanz, Ivete (pois claro), Luis Represas e Pedro Abrunhosa (ufa) a, atentem, 110 mil pessoas. Foi uma maratona que terminou às 4 da manhã e só porque alguém da Câmara de Lisboa ameaçou desligar a ficha. E não, não me esqueci, o Rock in Rio teve Paul McCartney num "Dia Zero" só para ele. Paul. McCartney. Um Beatle! No Rock In Rio. 'Nuff said.
Freddie Mercury: Paul McCartney, obviamente. Mas atenção ao show dos Metallica.
Adam Lambert: Black Eyed Peas. O que é que foi aquilo?

2. 2012

E à quinta edição, finalmente Bruce Springsteen. Aleluia. Aleluia. O Senhor seja louvado, as nossas preces foram ouvidas. O maior showman do planeta veio a Lisboa converter os infiéis à sua religião e mudou as vidas das 80 mil pessoas que entraram naquele dia no Parque da Bela Vista, sem saber o que as esperava. Vadios como nós, nascemos para correr.
E calma, que não foi tudo. Importa referir que esta edição viu a (merecida) redenção do maior saco de pancada da crítica dos 10 anos anteriores — os Limp Bizkit. O Parque da Bela Vista já estava à pinha a umas inauditas 5 da tarde, para se deixar enrolar (!) nos hits dos Bizkit. E isto foi só o início de um dia "Revenge Of The 90s" encabeçado pelos Smashing Pumpkins, que também teve Offspring e Linkin Park. Ah, o regresso ao pátio do liceu. Onde é que estão os Skunk Anansie e os Guano Apes?
O primeiro dia teve os obrigatórios Metallica a tocar o Black Álbum na íntegra e o dia de Stevie Wonder teve Bryan Adams a roubar-lhe os holofotes com uma performance olímpica. A Ivete desta feita apareceu no dia de Lenny Kravitz porque, como sabemos, a raiz quadrada de “Fly Away” é o “Arerê” .
Freddie Mercury: Bruce Springsteen. Ou não fosse Freddie o nome do meio do Bruce. True story.
Adam Lambert: Maroon 5. Provavelmente o maior embuste que se auto-intitula "banda Rock".

3. 2006

A segunda edição viu Roberta ter a árdua tarefa de igualar as expectativas do primeiro ano. O bonito sonho chamado Pink Floyd foi desfeito, uma vez que Roger Waters não conseguiu convencer o David Gilmour, na ressaca do glorioso comeback no Live 8. Foi então o Roger pregar sozinho o "The Dark Side Of The Moon" na íntegra para o Mundo, com paragem na Bela Vista.
Os Red Hot Chili Peppers incendiaram o festival com o então novíssimo "Stadium Arcadium", naquela que seria a despedida de John Frusciante dos palcos (voltaria à banda no ano passado).
O dia Pop teve a então mega estrela Shakira, que apareceu no jornal da noite da SIC a falar português para deleite do público. Ah e a Roberta lá conseguiu finalmente trazer os Guns N’ Roses. Não foram bem os Guns N’ Roses, mas pelo menos o Tio Axl veio em grande forma.
Freddie Mercury: Roger Waters. Ou como ele próprio se intitula — "o génio criativo dos Pink Floyd" e "o inventor do espectáculo Rock". Ganda Roger.
Adam Lambert: Sting. Foi o patriarca das 110 mil pessoas em 2004 e regressou na edição seguinte para um dos concertos mais mortos que eu já assisti. E isto na escala Sting, o que não é de somenos.

4. 2008

À falta de headliners gigantes como nas primeiras edições, a Roberta optou por fazer um cartaz sólido, a parar em todos os apeadeiros. Linkin Park, Offspring e Muse juntos? Ok, aceita-se. Mas Lenny Kravitz, Ivete e Amy Winehouse? Oi? Tokio Hotel e Rod Stewart? Tirando a laca, não estou a ver a relação. Mas a ideia terá sido precisamente essa. Maior espectro, mais gente.
2008 viu o regresso dos Metallica depois do triunfo de 2004 e eles não desiludiram. Contudo, o grande vencedor do festival e um dos melhores concertos da história do Rock In Rio, foi sem dúvida o espectáculo electrizante dos Bon Jovi. Não sei como é que o concerto não foi interrompido pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, uma vez que a banda das docas de New Jersey pegou fogo ao Parque da Bela Vista.
Freddie Mercury: Bon Jovi. Que show electrizante!
Adam Lambert: Amy Winehouse. Coitada. Se virem o documentário Amy, percebem.

5. 2016

2016 foi uma edição de contrastes. Foi aqui que o Palco Mundo passou a ter 3 bandas por dia. Um insulto à data, para quem estava habituado a ver 4, 5, ou até 6. Mas isso até poderá fazer algum sentido, dirão, se em vez da quantidade se apostar na qualidade. E foi esse o caso em parte desta edição.
O pontapé de saída foi dado por Bruce Springsteen, num desfile triunfal de êxitos depois do sucesso de 2012 e de uma participação especial no set dos Stones em 2014. Os Queen+ Adam Lambert vieram ao segundo dia e pudemos replicar aquele momento histórico no Rio em 1985, com dezenas de milhar de pessoas a cantar Love Of My Life, mas desta feita sem Freddie e com um cantor de cabaret a assassinar a música dos Queen. O que vale é que eu perdoo tudo ao Dr. Brian May.
O segundo fim‑de‑semana foi uma casa de horrores. Começou com o abandono do palco pelos Korn - o nome forte do dia de Metal -, por dificuldades técnicas. Depois de 3 quebras de energia no palco, a banda americana fartou-se da organização e foi-se embora.
Tivemos também Ivete duas vezes, devido ao cancelamento da Ariana Grande no último dia (ultrapassando assim o número de performances de Ivete no Rock In Rio relativamente ao número de edições do Rock In Rio). O festival fechou com uma visão distópica do futuro, com a música “ao vivo” a sair de uma pen e Avicii no palco a desenhar rectângulos com as mãos, a ser o headliner do festival. Assustador.
Freddie Mercury: Bruce Springsteen, pois claro. Avé Boss.
Adam Lambert: Curiosamente, o Adam Lambert de 2016 não foi o Adam Lambert. Nada foi, nem nada podia ser, tão mau como o Avicii.

6. 2014

A edição em que a Roberta queimou o orçamento todo nos Rolling Stones e depois só restou dinheiro para trazer a Ivete e o dançarino gordo dos Take That. Estou a brincar, o Robbie não era grande dançarino. Mas deu um dos melhores concertos desta edição.
2014 foi também a edição dos grandes insultos. Começando pela comunidade hipster, que se sentiu unamimemente insultada por ser obrigada a ir ao "festival das farturas" (estou a citá-los) ver os Arcade Fire. E continuando comigo, que me senti insultado por ver os Queens Of The Stone Age em topo de forma a tocarem 80 minutos, para dar mais tempo ao cabeça de cartaz desse dia... Steve Aoki. Era um bolo nas trombas.
Freddie Mercury: The Rolling Stones. Com participação especial de Bruce Springsteen!
Adam Lambert: Steve Aoki. Não dá. Menos, Roberta. Muito menos. Isto não é o Tomorrowland.

7. 2010

Foi à quarta edição que as coisas começaram a ficar mais tremidas. O número de bandas no palco mundo ficou estabelecido nas 4 e a repetição no cartaz começou a ser uma constante. Shakira e Ivete repetiram o par de 2006 e Muse repetiram 2008, mas agora como headliner. No lado positivo, Elton John foi à Bela Vista corrigir uns mal entendidos e o dia de Metal teve Motörhead e Megadeth "back to back", num dos melhores cartazes "pesados" de sempre do Rock In Rio.
Freddie Mercury: Elton John. Uma lição de como se faz.
Adam Lambert: Muse. Bocejo.

8. 2019

Uma edição curta, comemorativa dos 15 anos do festival. Teve Massena com uma orquestra, teve a inevitável Ivete e teve um concertão de James na Torre de Belém, com um Tim Booth praticamente afónico a dar tudo o que tinha e muito do que não tinha. Teve a desculpa de ser curto e de ser de borla. Considerei isto uma redenção do fiasco de 2018 e espero que 2020 mostre melhoras.
Freddie Mercury: James.
Adam Lambert: A gripe do Tim Booth.

9. 2018

Um cartaz praticamente insultuoso com 3 bandas por dia no Palco Mundo e uma selecção que parece ter sido feita numa tarde. Onde noutros anos pontificaram Bruce Springsteen e Paul McCartney, houve Muse e The Killers. É curto. A Pop ficou bem servida com Bruno Mars e Katy Perry, mas o festival chama-se Rock In Rio. Se é para isto, Roberta, mais vale estares quieta.
Freddie Mercury: Oi?
Adam Lambert: Não sei. Não fui. Caguei