quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Os melhores de sempre... do mês de Janeiro (de 2017)

Em Janeiro "está um frio de rachar", dizia o Rui Veloso. Para uns é o mês em que apetece menos sair à rua, para outros (para mim) é o mês em que não é preciso inventar desculpas para não sair à rua e assim ficar trancado em casa a ouvir música. E tanta foi a música que Janeiro de 2017 trouxe. Esta é alguma da melhor.

Comecemos por Ryan Adams. O artista que em 2015 surpreendeu o mundo com o melhor álbum com o nome "1989" de sempre tem um novo trabalho na manga. No fim do ano passado já nos tinha brindado com duas faixas prometedoras : "Do You Still Love Me?" com cheiro a Whitesnake e "To Be Without You" com aroma a Blind Melon. Agora mostrou-nos "Doomsday", que é mais early Eagles. O que têm umas coisas a ver com as outras? Muito pouco. Mas Ryan Adams tão depressa faz covers de "Wonderwall" como de "Shake It Off", por isso sabe-se lá o que vem a seguir.


Logo no dia 1 houve novo álbum de Brian Eno; o que normalmente é o mesmo que dizer que Brian Eno lançou um álbum de música ambiente com duas faixas de 25 minutos, divididas apenas pela comodidade de caberem em dois lados de um vinil. Desta vez, Brian abandonou os facilitismos e lançou um álbum com uma faixa de uma hora. Música de elevador à bruta.


The XX têm um novo álbum, mas se vocês têm um computador com acesso à internet, de certeza que já sabem disso. O álbum é mais variado que os anteriores e mostra a vontade de Jamie XX em fazer coisas novas (que já tinha mostrado no seu bem sucedido álbum a solo). "Replica" é a malha do novo "I See You".


Os Arcade Fire ainda mexem. Depois do exercício de masturbação épico-hipster em "Reflektor", os canadianos entram na política e canalizam o seu melhor Lennon-Yoko com "I Give You Power", uma faixa de matriz inusitadamente simples para os AF. Mudança de direcção ou um one off?



Também tivemos nova dos Spoon. "Hot Thoughts" é a primeira amostra do novo álbum com o mesmo nome e primeiro sinal de vida desde "They Want My Soul" de 2014. Esperemos que este álbum seja menos como "They Want My Soul" e mais como "Transference" de 2010.


Houve também a estreia a solo do baixista dos Tame Impala e antigo baterista dos Pond – Cameron Avery. Curiosamente com uma faixa estranhamente despida para quem é membro das duas bandas de proa do neo-psicadelismo. Violinos em vez de guitarras com distorção.


Por falar em Pond, a banda australiana tem novo álbum para este ano (sem Cameron) e a primeira faixa já aí está. O sintetizador reminiscente da banda sonora de um jogo da NES que abre "30000 Megatons" sinaliza de imediato que já estamos em terreno Dreamy Pop.



Tudo isto e mais a ouvir na playlist de Janeiro.

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