segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

As 20 melhores baladas de sempre

Queria escolher as 10 melhores baladas de sempre para o Valentines, mas não me consegui conter e as 10 passaram a 20. No final, acabaram por ficar 21.
Canções de amor, quem as não tem? Desde a primeira namoradinha na escola, até às complicadas relações dos crescidos, são estas as canções que servem de banda sonora aos nossos amores e desamores. Para celebrar o Dia dos Namorados, comecei por tentar reunir as minhas 10 baladas preferidas numa playlist, mas o lote avolumou-se e à dificuldade de edição, o Top 10 passou a Top 20 (ou 21). Leiam, amem e ouçam a playlist no fim.



20. Blur – "Tender" (1999)
Começamos com a canção de amor que diz o mais importante que precisamos saber: "Love is the greatest thing that we have". E é isto, o amor é mesmo o melhor que temos.









19. Queen – "Too Much Love Will Kill You" (1994)
A canção de amor que conta o resto da história: o amor é o melhor que temos, mas como todas as drogas, servido em demasia, mata.
Somos as vítimas dos nossos próprios crimes.









18. Ornatos Violeta – "Ouvi Dizer" (1999)
"Ouvi dizer" que amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura...










17. Elvis Presley – "Can't Help Falling In Love" (1961)
... e mesmo assim, não conseguimos parar de ficar caidinhos de amor.










16. Julio Iglesias  "Hey!" (1980)
Impossível deixar de fora de uma lista de baladas o maior baladeiro latino (tanto na Europa, como na América Latina). Talvez os leitores abaixo dos 30 não tenham noção da magnitude do antigo guarda-redes do Real Madrid na música, mas só este álbum - "Hey!" - vendeu mais de 20 milhões de cópias e estima-se que as vendas totais do Julito só em álbuns rondem as 300 milhões de unidades. Acima disto, só Beatles, Michael Jackson e pouco mais.
Julio Iglesias, o homem que promete devolver o dinheiro dos bilhetes do seu espectáculo se os casais não fizerem amor de pé nessa noite. O maior.


15. Laura Pausini –  "La Solitudine" (1993)
Por falar em grandes baladas latinas (e eu tenho a perfeita noção que estou aqui a arriscar a vossa atenção), não posso olvidar a história da menina Laura que fica sem o seu namoradinho Marco que "se n'è andato e non ritorna più" e assim deixou a Laurinha sozinha entre os TPC de Inglês e Matemática. E eu não posso olvidar porque esta canção de amor para os mais pequenos foi também a banda sonora do meu primeiro amor, tinha eu 8 aninhos. Ai, a inocência.




14. Rui Veloso – "A Ilha" (1984)
Passando para amores mais adultos, Rui Veloso leva-nos ao mar com lua cheia, "a esse mar de ruas e cafés". N' "A Ilha", a inocência já foi atirada ao convés há muito e Rui prefere aludir a metáforas dos Descobrimentos para descrever essa navegação no desconhecido que é a relação com a mulher. Um tema sombrio e criminosamente negligenciado no reportório de Rui Veloso.







13. 10CC – "I'm Not In Love" (1975)

"Etéreo" e "celestial" são adjectivos demasiadas vezes atirados na música, nem sempre de forma legítima. Quando a Siri começar a responder com exemplos às nossas dúvidas de semântica, à pergunta "o que significa 'etéreo'", ela deverá responder com a faixa instrumental de "I'm Not In Love" dos 10CC.
A balada do amor em negação, para todos os que vão espiar o Facebook dos exs de hora em hora, mas que garantem que já não sentem nada.







12. Phil Collins – "How Can You Just Sit There? (Against All Odds)" (1981)
Nem sempre são precisas palavras para ficar tudo dito. Há um niilismo em "How Can You Just Sit There?" que se auto-completa e auto-explica, porque é do vazio que o tema trata. Não é preciso ouvir Phil Collins dizer que "there's just an empty space" porque é exactamente isso que se sente nesta gravação.
"How Can You Just Sit There?" é a versão arcaica de "Against All Odds" e foi firmada nas sessões de gravação de "Face Value" – o primeiro álbum a solo de Phil Collins. Como todas as suas composições da altura, foi escrita sobre o seu divórcio, quando Phil foi abandonado pela mulher e se viu sozinho, na fria e distante Vancouver, para lá dos bosques de Twin Peaks.

11. Duran Duran – "Save A Prayer" (1982)
Isto do amor também não é só miséria. "Save A Prayer" é uma balada para o amor combustível, despegado e fugaz, aquele que se vive numa noite de Verão em Saint-Tropez e ali fica para sempre, numa praia isolada da Riviera Francesa. Mas acho que já estou a ser demasiado específico.
"Save A Prayer" é uma das melhores baladas dos anos 80 e ascende a níveis estratosféricos quando a guitarra suja e angulosa de Andy Taylor rasga as texturas de Nick Rhodes e John Taylor, enquanto Simon Le Bon sustenta o "save it to the morning afteeeeeeeeeer", por volta dos 2:20.
"Some people call it a one-night-stand but we can call it paradise". Quem disse que o chavascal não pode ser romântico?


10. Pavement – "Spit On A Stranger" (1999)
Porque nem sempre os amores se podem resumir a um one-night-stand. Não foi ao acaso que "Spit On A Stranger" foi a canção escolhida para juntar Ted e Victoria no fim do empolgante episódio de "How I Met Your Mother" em que Ted tenta descobrir quem era a miúda perfeita que conhecera num casamento.
Uma canção de amor para os desencontrados tempos modernos: "Honey I'm a prize and you're a catch and we're a perfect match". Como dois estranhos amargurados.




9. Eagles – "I Can't Tell You Why" (1979)
Foi a banda sonora da primeira paixão que eu tive por uma miúda que não era da minha turma. Amores proibidos, quem nunca?










8. Jacques Brel – "Ne Me Quittes Pas" (1954)
Não me deixes, não me deixes, não me deixes... Se à quarta vez que Jacques Brel suspira "ne me quittes pas" lavado em lágrimas nesta performance (https://www.youtube.com/watch?v=q_bq5mStroM), a música não vos partir o coração, deviam ir ver isso a um cardiologista. Só espero que a miúda não tenha deixado o pobre Jacques.





7. The Beatles – "Here, There And Everywhere" (1966)
Uma lista de baladas não pode existir sem o maior baladeiro que o mundo já viu – Sir Paul McCartney. Se fosse eu a escolher, tinha-vos deixado com um tema do Paul a solo: "Monkberry Moon Delight" (que não parece uma canção de amor, mas é a amálgama metafórica perfeita da frivolidade de tudo na vida para além do amor), "Junk" (a melhor canção de amor sobre objectos) ou até o mais óbvio "Silly Love Songs"; mas como é Valentines, escolho esta porque é a preferida da minha namorada. E da Phoebe dos Friends, também.




6. The Beach Boys – "God Only Knows" (1966)
Não será preciso dissertar sobre a magnificência de "Pet Sounds". A literatura é extensa e se tiverem dúvidas, vejam o filme "Love And Mercy". Para lá do arsenal de instrumentos e harmonias que ouvimos no álbum, aquilo que mais me atrai em "God Only Knows" é a sua pureza feliz, ingénua e despreocupada, que nos faz acreditar que o amor da vida real pode ser tão fácil como o final de "Love Actually" (https://www.youtube.com/watch?v=_Dqnbi_IhXc). Se tudo fosse sempre assim tão simples.




5. David Bowie – ""Heroes"" (1976)
"The greatest love song of all time", diz a minha namorada. Ela é portuguesa, mas o nosso amor é global e por isso comunicamos em inglês from time to time.
(Nota: devem ter reparado nas duplas aspas, que indicam que o título original já leva um par de aspas e por isso a sua citação leva outro par. Não é romântico?)


4. Guns N' Roses – "November Rain" (1991)
Porque é verdade que é difícil manter as velas acesas debaixo da chuva de Novembro. "Novemeber Rain" é uma canção de amor sobre as tormentas das relações dos crescidos e a constante luta para as salvar.
Porque a melhor maneira de contar uma história de amor é com o Slash a fazer um solo de guitarra em cima de um piano. 






3. Derek & The Dominos – "Layla" (1970)


Falando em grandes histórias de amor. A lenda conta que Eric Clapton estava tão desesperadamente apaixonado por Pattie Boyd que, num dos encontros secretos que mantinha com a mulher de George Harrison, levou numa mão um leitor de cassetes e na outra um pacotinho de plástico. O leitor tinha uma cassete com a sua última composição: uma balada sobre um homem perdido de amores por uma miúda que não podia ter - "Layla". Eric tocou a fita e no fim, Pattie estava mortificada: "Todos vão saber que isto é sobre mim", agonizou.
Eric suplicou-lhe que deixasse o seu amigo (ou nem por isso) George e avisou que se não o fizesse, se iria afogar naquilo que tinha na outra mão. Mostrou-lhe o pacote de plástico: era heroína. "Não sejas parvo", disse Pattie; e foi-se embora para os braços de George. Mas Eric Clapton cumpriu com o que prometera e durante 3 anos desapareceu do mapa - não saiu de casa, não atendeu porta nem telefone, nem sequer os amigos lhe puseram a vista em cima. Por amor, apagou-se.
Uma balada para os amores impossíveis.

2. George Michael – "Careless Whisper" (1984)

A balada Pop perfeita. Desde aquela introdução de saxofone inconfundível, a estrutura, a lírica, até ao vídeo. Tudo no sítio certo. George Michael escreveu "Careless Whisper" (alegadamente) com Andrew Ridgeley em 1981, quando tinha apenas 17 anos. Nos anos que se seguiram, George assumiu um distanciamento relativamente ao tema, por considerar que na altura "não sabia nada sobre a vida". Não deixa de ser curioso que esta posição de George seja um gato de Schroedinger que consegue estar ao mesmo tempo totalmente certa e totalmente errada. De facto, aos 17 anos nem George nem ninguém sabe nada sobre a vida, mas é precisamente essa visão ingénua e pura do amor, a mais valiosa na esfera da música Pop e a mais certeira no coração do ouvinte de uma canção. O problema nem é nunca mais dançar; é nunca mais conseguirmos dançar da mesma forma que dançámos com ela. São estas nuances capazes de cristalizar um sentimento universal que definem a Pop genial. Tão simples, mas tão acurado.

1. Queen – "You Take My Breath Away" (1976)

Nesta fase avançada de evolução civilizacional, já deve ser unânime e axiomaticamente aceite que a melhor canção de amor alguma vez escrita é "You Take My Breath Away" dos Queen.
"You Take My Breath Away" é Freddie Mercury em todo o seu esplendor. Com excepção de um (majestoso) solo de guitarra de Brian May lá para o fim, aqui só há Freddie: ao piano e na voz; aliás, Freddie em todas as vozes: agudos, médios e graves, layers e layers de Freddie, é tudo dele. E há o silêncio, elemento fulcral neste tema. Sozinho, Freddie vê-se obrigado a um dueto com o silêncio, amiúde interrompido pela rede de harmonias que mostram um Freddie perdido, atormentado pelas vozes do seu subconsciente. "You Take My Breath Away" é sombrio; é a declaração de amor mais visceral e incondicional, quase ameaçadora; um amor como uma força bruta que lavra tudo à sua passagem e nem o próprio Freddie consegue deter.
Muito se fala em "Bohemian Rhapsody" como a grande obra-prima de Freddie Mercury e em termos de grandeza, é um ponto de vista difícil de refutar. Mas se olharmos atentamente, qual obra-prima de menor porte mas mais polida e refinada, é "You Take My Breath Away" o momento de maior beleza da carreira de Freddie. E por que não, de toda a História da música Pop.



0. The Stone Roses – "Waterfall" (1989)
A música da minha miúda. É especial e por isso não entra no Top 20. Eu sei que ela prefere o "She Bangs The Drums", mas para mim será sempre a minha waterfall.

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